Quando surgiu no cenário futebolístico Mundial, Alexandre Pato despontou como uma grande promessa do Brasil, naquele momento viviamos uma inevitável transição entre a geração vencedora de Cafú, Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno que entravam no apogeu de suas carreiras. O talentoso atacante que encantou no Brasileirão 2006, em apenas uma partida contra o Palmeiras, encheu os olhos até dos analistas mais exigentes da nossa crônica esportiva, para alguns dos profissionais da latinha, Alexandre Pato seria o grande nome do futebol brasileiro apartir do Mundial de Clubes da Fifa, vencido pelo Internacional e que contou com o protagonismo discreto de Pato.
A sua transferência para o sempre poderoso Milan da Itália reforçava ainda mais a esperança de que em um curto espaço de tempo, o garoto promissor se tornasse enfim uma realidade. Galvão Bueno em várias ocasiões disse nas transmissões do Plin-Plin que levava a maior fé no talento de Alexandre Pato por que sentia que ele tinha estrela para brilhar na Europa e na Seleção brasileira, que como bem lembramos vivia um momento de transição de gerações.
O tempo passou e alguns treinadores passaram pelo comando da Seleção, Dunga, Mano Menezes e Felipão em comum entre eles, além de serem vencedores no seu ofício, a certeza que Pato não é jogador decisivo e nem que vai marcar seu nome na história por ter essa estrela toda ou que tenha obtido conquistas importantes nos clubes que defende. Na Itália construiu um currículo invejável defendendo o Milan ao lado de astros como Kaká, Seedorf, Ronaldinho Gaúcho, Beckham, Cafú, Robinho e Ibrahimovic, mas com a amerelinha nunca foi aquele jogador que todos esperavam que ele seria, o homem gol, decisivo quando necessário e que a torcida sempre cobrasse a sua presença entre os convocados.
Entre um casamento e um namoro bombástico para a mídia, Pato resolve aceitar uma proposta do Corinthians para voltar ao Brasil, o timão que nunca teve torcida, mas sim pertence a uma fanática torcida que atende pelo nome emblemático de Fiel, era naquele momento o time da moda no Brasil, acabava de conquistar uma copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes da Fifa, a Nação corintiana estava no céu e ficando cada vez mais exigente.
Desde que estreiou com a camisa do Timão, Pato deu sinais de que estava apenas cumprindo um rito de passagem e que ali não era o seu lugar, em nenhum momento de sua trajetória no clube de Parque São Jorge foi aquele jogador que enchesse de orgulho nem o mais otimista dos Gaviões, pelo contrário, a torcida sempre achou o atacante muito desmotivado com o time e preocupado com assuntos extra campo.
Pato nunca teve a cara ou a alma do Corinthians, em determinados jogos e situações ele nem parecia ter sangue correndo em suas veias e suas atitudes e reações pouco se diferenciavam numa derrota ou vitória do Timão. O ciclo se encerra e o cara vai vestir a camisa do São Paulo, mas ao contrário do que poderia se prever num caso assim, a torcida tricolor já está com o pé atrás com o novo reforço.
Deixar a panela de pressão coritiana e ingressar no turbilhão de fogo que esta se transformando a equipe do Morumbi, significa que lá ele será ainda mais cobrado por uma torcida que quase amargou um vexatório rebaixamento em 2013, que não esta satisfeita com o desempenho de seus ídolos e que não aguenta mais a inconstância de jogadores como Ganso, vai sim ser uma barreira para que o jogador desponte de novo para o meio futebolístico no papel de protagonista e não apenas mais um que vai estar ali fazendo uma ponta ou figuração para compôr o cenário.
A torcida Tricolor é como a Fiel e vai cobrar do Pato seu status de estrela, afinal de contas ele ganha para ser o astro da companhia e não para somar ao elenco desacreditado que o São Paulo tem hoje e como tinha até ontem o Corinthians.
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